Eu e o homem cá de casa andamos movidos a café e boa-vontade. O café para estarmos acordados e a boa-vontade para nos aturarmos um aos outro e não desatarmos a fugir porta fora! Assim, vida que se veja, de sair, beber um copo, ouvir música ou qualquer outra coisa é uma miragem que ficou em 2017 e que prevemos que volte a ser uma possibilidade em 2045. Conversas que tentemos ter entre nós, são prontamente boicotadas pela mais-velha que não vê necessidade dos pais comunicarem entre si. Quando no outro fim-de-semana percebemos que íamos ter as duas avós por nossa conta, não conseguíamos parar de fazer planos para o tanto que queríamos fazer a dois enquanto tínhamos as crianças entregues. A ideia era sair para ir ao cinema no sábado à noite e outra saída para corrida no domingo de manhã. Tudo batia certo... excepto... o facto de sermos pessoas velhas e acabadas. Lá para as oito da noite, a ideia de sair de casa para ir ao cinema começou a ser negociada (por mim, vá) porque achei que não ía conseguir acordar no domingo de manhã para ir correr. Vai daí o plano passou a ser: vamos fingir que vamos ao cinema. Isto é, fomos para outra divisão ver um filme e o resto da tropa fez de conta que não estávamos lá. 10 minutos depois do filme começar, literalmente (e eu não uso a palavra literalmente em vão) eu estava a dormir sentada, com o queixo a bater no peito e um fio de baba que chegava ao colo. O homem resmungava comigo porque não estava a perceber nada do filme e eu não estava a ajudar. Desligou o computador e em 2 minutos estávamos a dormir. Tinha deixado o despertador para a hora em que acabava a sessão para poder ir socorrer as avós. Mal cheguei ao quarto da mais-nova percebi que havia febre a acontecer. Outra vez (estávamos a entrar na semana-sim do jogo "semana-sim, semana-não há febre e cenas chatas várias"). Já não se dormiu mais, já não se correu no domingo, já não cumprimos os planos para a semana que se tinha pela frente!
E é isto. Vamos tentando aproveitar ao máximo enquanto está tudo bem que é para quando o equilíbrio se desfaz a dor do que não se fez, não ser tão grande.
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