“Isto promete! Dois posts de preliminares?! Pelo aquecimento que para aqui isto vai ser “a“ bomba”. Se é isto que estão a pensar então é o momento certo para relembrar que sempre que visitarem este espaço virtual as expectativas devem estar bem lá em baixo!! Agora continuemos.
Sempre que vou com a mais velha a algum programa mais pedagógicó-cenas acho sempre que vai ser tipo filme: ela muito interessada, eu cheia de conhecimentos para lhe oferecer e saímos do museu capazes de filosofar sobre o sentido da vida com a Clara Ferreira Alves. Normalmente o reality check acontece mal passamos o torniquete e a garota sai disparada a correr. Vai daí, este post não é para quem tem filhos civilizados (onde é que há desses? Ainda tenho o talão. Será que posso trocar a minha?) mas para quem tem dos outros (índios-reguilas-rufias-pokémonaossaltos-mais-lindos-de-suas-mães!! Mudei de ideias... não quero trocar!).
Ao fim de muitas tentativas percebi que com a minha garota o que funciona é o seguinte:
Explicar:
A minha mais velha tem 4 anos e meio o que quer dizer que tem que poder mexer-se e mexer para estar confortável, algo que é incompatível com a preservação do património Nacional. Vai daí, nada como ter uma conversa com ela antes de sair de casa a explicar o que se vai fazer. A minha filha gosta que lhe expliquem tudo e normalmente acaba por perceber o porquê de não poder entrar em modo furacão.
Aproximar:
Usar referentes que já tenham também pode ser útil! Isto é, recorrer a conhecimentos que já tenham e aproximá-los da experiência da visita. Por exemplo, quando fui ao Castelo de Óbidos este Verão, expliquei-lhe que íamos visitar um castelo a sério, onde tinham vivido reis, rainhas e princesas a sério! Ficou em êxtase!! Ia andar pelos mesmos lugares em que princesas a sério andaram! Estava conquistada. Quando fomos ao Museu colecção Berardo pude aproveitar o facto de terem trabalhado a obra de Picasso para explicar o tipo de Museus que íamos visitar. E por aí fora…
Não demorar:
ora um minuto na vida de um adulto corresponde a 100 minutos na vida de uma criança. A sério. Contabilizem o número de vezes que uma criança se mexe num minuto… Vai daí, acharem que vão ver os três andares da fase chiaroscuro do museu de arte de Florença é capaz de ser um engano. Escolham as vossas batalhas! Quando fomos ao Museu dos Coches, escolhi só a sala do Coche dos Oceanos e fomos explorando a partir da aplicação e das legendas interactivas. O resto vê-se noutra visita.
Narrar:
Be prepared! A sério! Estejam preparados. As perguntas vão ser aos milhões e quanto mais souberem mais eles vão estar tranquilos a ouvir. Procurar aplicações, informações e tudo mais que possa haver, estudar um bocadinho antes e ir lendo as legendas pode ajudar à tranquilidade da visita. Se soubermos responder temos ainda o bónus de eles acharem que somos uma espécie de deuses do conhecimento o que é pretty pretty good (como diria o grande Larry David)!
Estudar:
Nem todos os museus estão preparados para crianças. Seja porque têm peças à mão de semear/destruir, seja porque as peças podem ser violentas. Ter uma ideia do que se pode encontrar pode fazer toda a diferença. No MAAT, que até tem um serviço educativo preparado para crianças, encontrámos esculturas de açúcar muito acessíveis e que se destroem com um espirro e fotografias que depois vão ser difíceis de explicar a mentes mais susceptíveis. Se calhar esperamos mais uns 16 anos até lá voltarmos com as miúdas.
Jogar:
Os museus já não são os mausoléus que eram e há que aproveitar e celebrar isso mesmo! Fazer jogos de pistas, pedir-lhe para descobrirem uma determinada figura, peça, objecto… é meio caminho andado para estarem entretidos e aprenderem alguma coisa.
É capaz de haver outras questões a ter em conta… se me lembrar partilho. Se tiverem dicas para partilhar, digam! Agora ide aproveitar o fim-de-semana e todo o mundo cóltural que temos à nossa disposição.
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