"Filha, o halloween é caca... não presta!"


Vai ser nestes termos que vou ensinar a mai nova a não ligar ao halloween! A minha embirração com esta importação ranhosa é visceral por vários motivos:
- tenho excelentes recordações que reunir com gang (entenda-se por gang quatro ou cinco raparigas e muito menos rapazes entre os 6 e os 12 anos) do bairro para arranjar velas e caixas de sapatos para fazermos lanternas;
- sentia-me uma verdadeira rufia a rasgar e guardar bocadinhos pequeninos de jornais que serviam de castigo para quem não alinhava na tradição;
- não dizia nada aos meus parceiros mas ficava borradinha de medo de andar à noite na rua a dizer as ladainhas... acho que eram as sombras trémulas das velas que me assustavam... sempre fui uma grande caguinchas...;
- a adrenalina de andar a bater às portas dos vizinhos durante a noite punha-me o coração a mil... coisa só comparável às trocas de olhares com o Filipe do 6.ºA;
- não há nada mais badass do que deixar minúsculos quadradinhos de papel de jornal à porta de quem não nos dava nada... difícil era sair a correr dali para fora depois da infracção enquanto se cantava "esta casa cheira a alho aqui mora algum espantalho";
- ir para as escadas do prédio dividir o espólio era qualquer coisa muito séria e que fazia compensar as árduas horas de "trabalho";

Posto isto, passo à argumentação final que prima pela eloquência e maturidade. Fait attention:
- o halloween é cocó;
- os Bolinhos e Bolinhós (ou Pão por Deus) é que são fixes;

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