"Hei-de por força dizer o que me parece, visto que sou eu."



Antes de tratar do assunto que me fez escrever as linhas abaixo tenho de fazer um preâmbulo:
- sempre fui crítica em relação aos comentários de quem entrevista e é entrevistado por/pelos órgãos de comunicação social porque 80% das vezes saem verdadeiras pérolas da boca das pessoas;
- corria, talvez, o ano de 2003 quando fui entrevistada, de surpresa, pela RUC em plena noite do Parque e fiz aquilo que criticava. À pergunta "o que é que estás a achar deste concerto" respondi "men, está a ser bué da fixe... Altamente... Uh uh". Desde essa noite de Maio que fujo de microfones para evitar fazer figuras tristes;
- tenho a consciência do quão difícil é falar de forma clara e eloquente sob pressão e em circunstâncias imprevisíveis (quem será capaz de se esquecer do foda-se do Carlos Fino em pleno directo no meio de uma guerra?!... ainda que mal comparado...);
- tal como meti a pata na poça da única vez que fui entrevistada, também dou as minhas calinadas escritas... Aliás, numa vista rápida, se não a este post, pelo menos a este blogue, encontra-se de certeza um rico leque de erros gramaticais, de sintaxe e ortográficos.

Tendo dito isto:
- não sou jornalista;
- escrever no blogue não é a minha vida;
- não apresento programas de televisão;
- não faço nenhuma destas actividades porque seria péssima!

Ora, ontem já embalada pelo cansaço semanal ouvi o seguinte "blá, blá, blá... um momento onde a blogosfera aderiu com grande força". Bem sei que sou uma pessoa nervosa e com um certo mau feitio mas a verdade é que se-me eriçaram os pêlos da nuca e já não consegui dormir... Vamos lá ver uma coisa, um momento não é um lugar, logo, o "onde", não se aplica... parece-me. Talvez não ficasse mal um "a que". Depois pensei... de facto, a blogosfera (essa entidade [esférica?] mítica) só pode "aderir em força" a um lugar... E, já sei que estou a ser esquisitinha, mas aderir em força é o quê? Colar?... A blogosfera ficou colada a um momento... que se calhar é um lugar... 

E é isto, uma pessoa resolve ouvir com alguma atenção o que está a ver e fica baralhada e cheia de questões filosóficas!

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