Diário de uma provinciana #7



Corria o ano de 1874 - era eu uma jovem adolescente, portanto - quando herdei a potente acelera da minha irmã: uma Honda Dio (qualquer coisa assim, mas em branco em verde... acho que não há comentário possível). No final do século passado dizia Jesus aos apóstolos conduzir aquele potente veículo, que nas descidas atingia uns perigosos 60km/h, implicava tirar uma licença de condução de velocípedes com motor auxiliar. O teste para obtenção do título de condutora consistia em acertar na designação de três sinais de trânsito (em cinco possíveis) e fazer um 8 sem pôr muitas vezes o pé no chão. Apesar da fraca preparação havia um conjunto de coisas que sabíamos: o capacete era obrigatório, a mota levava no máximo duas pessoas, dar uma queda aleijava e não podíamos andar na auto-estrada. Ora, 145 anos volvidos e as regras mudaram... ou então tenho andado a comprar os cogumelos errados e ando a alucinar. É que não há dia que não veja, no troço que faço da A5, uma acelera a borrar-se toda na via de segurança. Já confirmei e é impossível não passar pelo sinal de proibição de circulação de pessoas, animais e, lá está, velocípedes... 

Está-me a escapar alguma coisa, ou aqui pela grande cidade é assim que se faz? 

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