New low



Não é do meu feitio falar de programas de televisão. Reconheço a minha incompetência no assunto e conheço o meu telecomando suficientemente bem para mudar de canal, ou no extremo, desligar o aparelho quando um determinado programa não me agrada. Ainda assim, tenho direito aos meus momentos de incoerência e um deles começa já na próxima linha. 

Ontem, obrigada pelo meu Homem, que tem um gosto e um sentido estético muito particular, vi uns bons 40 minutos do Ídolos. O argumento dele é: “Isto é tão mau que é bom”. Eu quase que concordo com ele e digo quase porque me fico pela parte do “Isto é tão mau”. Por onde começar...
  • a tipa baixinha, que não canta grande coisa, diz com o seu sotaque alentejano: “é pá... ê nem me identifico muito com isto... os mês colegas é que gostam...”. E depois chora. Nisto, um plano alargado mostra a apresentadora com um pé calçado e outro descalço a consolar a petiz. Foi intencional, eu sei, mas fica mal.
  • a Babi exagera sempre na dose de Cipralex e como ainda não inventaram comprimidos para a verborreia não se cala até que a mandem calar. O que sendo óptimo, não é a estratégia mais elegante.
  • o tipo ruivo, que está em constante overacting, chorou porque estava a cantar para os pais. O Manzarra, esse poço de sensibilidade e sentido de oportunidade, ri-se na cara dele não uma, nem duas vezes... é bem possível que o rapaz tivesse forçado a situação e a lagrimita, mas ainda assim...
  • a rapariga-tia canta (não muito bem) uma música do Rei Leão durante 2 minutos e passa os seguintes 17 (e foram 17) à espera que o júri se organize e que o apresentador perceba que não está em casa dele. Para variar é chamado à atenção pelo júri. Mais uma vez, alguém o tinha/devia de fazer, mas mais uma vez que não é a estratégia mais elegante. [Pergunto-me para que servem os pirolitos que têm enfiados nas orelhas...]
  • os silêncios que duram o tempo de actualizar o teleponto traduzem-se no aparecimento de uma mira técnica na cabecita da jeitosa que faz de apresentadora. Não se pode ter tudo!
  • até o público é mau! O Manel manda uma indirecta irónica e o pessoal não percebe e vai de aplaudir de pé. Triste.
  • os únicos desgraçados que cantam alguma coisa estão constantemente a ser mandados para casa! 

Posto isto, preferia ver uma hora de caretas dos malucos do riso!

Comentários

  1. E agora que penso bem, vejo o que ganhei... Há pessoas que adoram ver aquilo, if you know what i mean. ;)

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  2. O argumento: “Isto é tão mau que é bom” também é muito ouvido cá em casa, mas às vezes para coisas bem piores que os ídolos, acredita. A sério, é possível.

    E ontem não vi tanto tempo mas apanhei essa parte da alentejanita e da beta do rei leão. I Know what you mean. Chegou e sobrou.

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    1. Não sei se te acontece... mas fico constrangida pelas pessoas! Não é nada comigo, mas fico incomodada!

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  3. Foi também a primeira vez que vi esta edição e confesso que em algumas situações também me senti incomodada, mas sabes, valeu a pena para perceber o teu texto e rir-me com ele ás gargalhadas.
    beijinhos
    sílvia

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  4. Contra mim falo porque devíamos apoiar o que é nosso, mas quando passo a semana a arrepiar-me com os American Idols, ver aqueles jurados vibrarem com as actuações,não consigo gostar um bocadinho dos nossos.Perdoem-me!

    Lina Ferreira

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    1. Lina, apoiar o que é nosso também significa perceber que "os nossos idolos" são fraquinhos! E os que se amanhã estão sempre à beira da expulsão! Acho que o que se avalia no programa é mais a popularidade que o talento! E isso é triste... mas um reflexo da nossa realidade: o mérito só raramente é valorizado!

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  5. É por isso que eu prefiro andar a ler, quem escreve tão ao meu agrado como tu, do que ver televisão;-)
    Sandra

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