Para quem não sabe, as bailarinas sofrem para caramba durante... ora bem... sempre! Sei disto, porque em tempos idos, eu própria fui um projecto mal amanhado de Isadora Duncan! Subir a umas sapatilhas de pontas implica anos de exercício e ensaio e a partir do momento em que a custo se enfiam os bonitos pézinhos nessas estruturas diabólicas, deixam para todo o sempre de ser bonitos! No meu caso, dado que deus nosso senhor me abençou com cepos resistentes, três minutos de uma qualquer tentativa de dançar, resultavam na formação de bolhas, que eventualmente rebentavam e faziam sangue e depois disso era ainda possível voltar a fazer bolhas, enquanto havia uma coreografia para cumprir. Reside aqui o principal motivo de ter havido na história do (pseudo)ballet nacional, uma Copélia com umas trombas de caixote (eu).
Photo @ Flickr by LookingPastTheShadows
Ontem revivi todas estas sensações! Num ataque não sei de quê, comprei um botins giros, giros, giros da Zara. Ar retro, castanhos, elegantes e que me colocam em posição de ver o que está na segunda prateleira do móvel da cozinha, coisa que até aqui só acontecia se subisse a um degrau. De facto, em cima destas belezas fico com uns poderosos 1.80m! Seria fantástico, não fosse dar-se o caso da locomoção estar comprometida já que o meu pequeno coto, não pode dobrar... uma das etapas mais importantes da marcha... porquê? Não sei mas desconfio da qualidade dos sapatunfos (que parecem feitos de madeira) e da forma com os ditos condicionam a posição ergonómica da região do tarso...
Em suma, foram horas de sofrimento, de torcidelas de pés e de desiquilibrios que me fizeram voltar à sala de ensaios onde de 87 a 99 ponderei se toda aquela aparência de elegância justificava o sofrimento porque passavam os meus pés e pernas!
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