Caloiros em Setembro, Natal em Dezembro*

 É certinho. Chega a Setembro e na alta de Coimbra ouvem-se cânticos (pouco originais) e veêm-se figuras tristes (também estas pouco originais) e lá pelo meio, umas manifestações, (com argumentos também pouco originais) contra a praxe.


Tirando o facto que me irritar ouvir miúdas a gritar - miúdos também, mas tenho uma sensibilidade maior mais perto da área dos ultra-sons - e achar rídiculo miúdos de 20 anos serem tratados por "senhor" ou "doutor" (mas num país que se chama "Engenheiro" a qualquer um que chegue a ministro, isto não me devia chocar), não me parece que a praxe seja assim uma coisa tão horrível!! Tenho consciência que não será assim em todo o lado, que houve com certeza, quem tenha passado um mau bocado, mas eu só posso falar do que sei e o que eu sei que passa necessariamente pelo que vivi. Tudo o resto, para o bem e para o mal, serão histórias cuja veracidade não posso aferir, por isso não comento. Contudo, relativamente a esta questão da praxe, do que me lembro de forma menos alegre para além do mau vinho que se bebia, é de não poder entrar em repúblicas anti-praxe, por usar a pasta académica, apesar de nunca ter praxado ninguém!... mas também com isso, e porque a minha opção de usar referenciais da vida académica foi tomada em consicência, consigo viver.

 Tendo dito isto, reconheço que o meu curso, no que diz respeito à vida académica, é atípico! Somos todos uma cambada de freaks, alternativos e desligados, moles de mais para sabermos como é que se grita decentemente com alguém. Depois, para praxar, era preciso conhecer o código da praxe... e no nosso tempo, a única versão disponível dessa obra, era em livro. Tivesse o Duxe Veteranorum (que diga-se de passagem, era um energúmeno) tido a ideia inscrever o dito código em mortalhas e a interiorização do espírito académico teria sido muito mais fácil. Assim sendo, a minha experiência de caloira resume-se a gritar: "Sexo, orgia é antropologia, fodasse". Confesso que fiquei preocupada. A minha índole é monogâmica e sou pouco dada a rambóias (excepção feita ao período entre 2001 a 2004... e talvez mais um ou outro momento num passado relativamente recente...), mas percebi rapidamente, que era um caso de publicidade enganosa e descansei ultrapassando facilmente o (mini)trauma inicial! 

Isto tudo para quê?... Para nada! Só para informar que aqui por Coimbra anda tudo em "modo praxe"!!

* não ando nada bem não senhora!

Comentários

  1. "Aqui vai Psicologia...é orgasmo é orgia...é a malta mais potente..."

    Oh que figurinhas que fiz...E que saudades desse tempo!
    beijinhos

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