Manual de instruções de pessoa em estado tésico

Acho que posso dizer que entrei oficialmente em estado "tésico". A palavra não é minha, é do amigo dos "ossos do ofício", mas se tivesse que ser uma entrada no dicionário seria qualquer coisa como:

..::Verdiram | Dicionário do ver(de)água

tésico*
(em estado) | adj.
1. que se encontra em momento de profunda irrascibilidade, angústia e desânimo pontuado por momentos de euforia e insanidade;
2. semelhante a um estado de descontrolo hormonal agudo;
3. provoca alterações na fisiologia humana, que não se compadecem com o ciclo circadiano;
4. forma de ermitismo, segregação, penitência e cumprimento de votos (como de reclusão, pobreza, e... entre outros) de forma semi-voluntária;
5. que afecta o comportamento alimentar das pessoas;
6. coincidente com momento de produção científica que será, desejavelmente, intensa mas que normalmente se fica pelo "fraquinho", "quase nada";

* nota ao leitor: não se recomenda a convivência intensa com pessoas que se encontrem neste estado, já que a integridade física, bem como a sanidade mental dos convivas, pode sair afectada pela camaradagem.

Uma prova do meu estado tésico é este post, vejamos:
1. trata-se de uma tentativa risível de imitar o Priberam, mas sem ter muito trabalho nem ser especialmente dotada ao nível do domínio das artes gráficas, já para não falar da criatividade;
2. por esta hora, já devia estar a acabar um recensão, mas achei que era muito mais importante perder uns bons 20 minutos a brincar aos blogues!

 Photo @ Flickr by Mihliug

A quem me quiser internar: não ofereço resistência, desde que me garantam que no hospício de eleição há comida, dormida e condições de higiene razoáveis a um preço catita, ou melhor ainda, de borla!

Comentários

  1. As pessoas em estado tésico também se conhecem ao longe porque vão contra os candeeiros da rua, caem com frequência e respondem a 90% das perguntas que lhe fazem com um "Quê? O que é que disseste?". Estes indivíduos falam da sua investigação quando deviam apreciar a paisagem e põem-se a apreciar a paisagem quando deviam falar/pensar/escrever sobre a referida investigação. A sua principal característica, contudo, prende-se com o facto de, a dada altura, desconhecerem as palavras "férias", "descanso", "dormir" e "moda". Fazem o básico para se parecerem com gente, mas descuidam frequentemente os assuntos que podem ser ditos franja do humanismo: depilação, manicure, pedicure e raízes do cabelo. Não são maus, mas rosnam amiúde. Quando, um dia, sabe-se lá quando, saem desse estado, tentam recuperar o tempo perdido, mas normalmente os seus amigos já mudaram de endereço, apanhados pela tristeza com que ao longo de anos foram brindados com um "não posso" depois de endereçarem um convite para a borga.

    Beijos, da outra em estado tésico!

    ResponderEliminar
  2. Princesa R:

    Acertaste em cheio em tudo!! Genial o texto!!! Eu como fiz férias em 2008, conto agora voltar a fazer em 2011 ou 2012... depende!

    Beijinhos e quero mais cházinho do teu!

    ResponderEliminar
  3. As... melhoras?

    P.S. - conheço um bom oftalmologista, parece-me também fazer falta para a resolução do caso.

    ResponderEliminar
  4. Obrigadinha... saudinha é que é preciso! ;)

    Fui daqueles putos que andou de óculos com uma pala num dos olhos... tenho cá para mim que a coisa já não vai ao sítio!

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Aviso à navegação: como sou eu que mando neste estaminé, quando não gostar dos comentários não os vou publicar. Temos pena mas é a vidinha. Todos os outros comentários são bem-vindos!