O stress das massagens relaxantes

Não é segredo para ninguém que sou uma grande croma! E ainda por cima um bocado pacóvia! Quando fiz 27 anos, alguém teve a ideia de me oferecer uma massagem daquelas em que se entra patinho feio e se sai quem nem um cisne*! O programa incluia exfoliação, hidratação, relaxamento, qualquer coisa que implicava um creme com ouro, duches variados e por fim uns minutos numa sala zen!


Agradeci aos anjinhos a oportunidade de ter uma tarde de rainha e lá fui eu a caminho do Hotel. O Hotel devia ter para cima de meia dúzia de estrelas e chegar lá de havaina no pé teve logo o seu impacto. Mas giro, giro foi entregar o voucher, dizer o nome e apresentarem-me o terapeuta Carlos. Carlos??? Carlos!!! WTF??!? Mas será que não pode ser uma Carla?!?! Bem... lá vamos nós trocar a roupinha por umas cuecas (tamanho único) feitas de um papel/plástico-semi-transparente-mal-amanhado, em que nem no rabo da Gisele ficaria apresentável. Veste o roupão e vai para a salinha!

Chegada à sala lá está o terapeuta Carlos que me diz num tom muito suave:
"- se não se importa tira o roupão e deita-se na marquesa"
penso eu
"- Oh não!!! são as trompetas do juízo final!!! Vieram para me buscar!!!"

Ora bem, se tiro o robe fico mais ou menos como deus nosso senhor me pôs no mundo... com a agravante das ditas cuecas, que ninguém merece! Mas o que é que eu digo?
"- Não se importa de sair e voltar quando não tiver uma pilinha..."
Guilhim Maria, faz conta que toda a tua vida andaste a receber massagens e por isso respira fundo e pronto. Três segundos de bolinha vermelha no canto do ecrã e estou deitada, mas neste ponto a massagem impõem-se porque a tensão nos ombros é mais que muita.

Começa a exfoliação, que não deu para relaxar coisa nenhuma, e a ordem seguinte do terapeuta Carlos é:
"- agora pode ir para o chuveiro para retirar o exfoliante..."
o chuveiro ficava na sala da massagem... assim como o terapeuta Carlos... mais uma vez uma voz histérica na minha cabeça diz:
"- e se tocassem no alarme de incendio agora?!?! anh... isso é que era! pegava no roupão e raspava-me daqui!"
...nada, tive de agarrar na toalha, fazer um truque arriscadíssimo de malabarismo, mas consegui evitar a segunda dose de nudismo involuntário.

Mais contas de cabeça e rapidamente chego à conclusão, que se tomo um duche como deve ser, as ditas cuecas provavelmente vão pelo ralo a baixo!!! Com muito jeitinho e sempre em stress, lá me vou passando por água, enquanto chamo todos os nomes possíveis, a todas as pessoas nascidas e por nascer!!

Durante a hidratação e a massagem de relaxamento estive o tempo todo a pensar: "relaxa, relaxa.... será que ele me viu meio nua.... não penses nisso... vá relaxa, relaxa... PORRA, relaxa"... mas nada feito!


Despeço-me do terapeuta Carlos, à procura de um qualquer sinal de gayzice (please God!!) ao mesmo tempo que calculo qual é a probabilidade de o voltar a ver na vida e passo para a zona dos duches... que é mista! Resolvo que era demais ir para ali com a tal da cueca, assumi que era pacóvia e fui vestir o biquini.

Nova corrida nova viagem. Vejo-me perante 4 tipos diferentes de chuveiros: tropical, ártico, oceânico, floresta... (sim, os chuveiros podem ser mais do que água a cair do tecto!)
"- Será que há uma ordem? Olha, vai da esquerda para a direita! Ok... onde é que está a torneira que liga esta porcaria... ah... são só sete torneiras e cada uma faz a sua coisa: massagem vigorosa, massagem não tão vigorosa, massagem delicada...! Boa... liga, desliga, liga, desliga, próximo chuveiro, liga, desliga, liga, desliga, próximo chuveiro, liga, desliga...."

Cansada e enchardada, sou por fim sou encaminhada para a sala zen para ficar a relaxar. Os cinco minutos que lá estive foram a pensar se já estava relaxada ou não e depois disso saí em passo de corrida e fui dar um mergulho ao mar... para relaxar!!!

pôr do sol nas Maldivas

Apesar do trauma, acho que já estou refeita e pronta para outra, mas já não me enganam, e vou querer uma terapeuta! Até lá, vou-me vingando nos mergulhos!

* se soubesse o que sei hoje, tinha logo percebido que o presente era envenenado!

Comentários

  1. ehehhehehe...Estou farta de me rir...mas sou solidária...uma terapeuta é sempre mais confortável e relaxante!
    Beijinhos

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  2. Deixa lá, aparentemente aqui na Holanda nem as ditas cuequinhas há... é mesmo tudo em pelota! E não só os massajadores podem ser homens como os chuveiros, para onde vais nua (volto a frisar) são... mistos! Boa? :D

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  3. Tive uma história igualzinha na Eslovénia! Com a agravante que eu estava tão depilada que achei que a parte de trás das cuecas emprestadas (um mero fio) eram para ser viradas para a frente! E assim estive durante a massagem toda...

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  4. :-D :-D :-D
    Foi mesmo terapêutico ler este post.
    Fiquei muita mais bem disposta :-D

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  5. Kikinha (o P. vai ficar ciumento deste diminutivo :)), a "roupa interior" é MUITO deprimente, de facto... Mas aquilo dá vida aos mortos, mulher! Sou muito dada a esse luxo... Bem, mas no meu caso é sempre com a Luisinha ou com a Joaninha, que o máximo que analisam é o aumento gritante da celulite :) Este Verão tive a experiência do moço, mas era uma massagem mais terapêutica e deu para manter o interior inferior que tinha levado de casa e que tapava indecências. De resto, já se sabe que uns centímetros acima, paciência :)
    Beijinhos e saudadinhas*

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  6. Eu fartei-me de rir ao ler isto...mas não consigo visualizar as cuequinhas...MEDO!!!!
    É que aqui a pacóvia também nunca se meteu em aventuras dessas e sabendo da probabilidade de aparecer um terapeuta Carlos e me darem cuecas dessas não devo ir tão cedo!!!!

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  7. As minhas meninas são as mais lindas da blogosfera, porque percebem esta pobre! Vá lá que não sou só eu a stressar com estas actividades!!! Ufa!

    Beijinhos a todas!

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  8. hilariante adorei a sua historia loool

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